Notícias
Paula Franco: «A corrupção é a concorrência mais desleal que existe»
9 December 2025
cileaanti
Paula Franco participou em fórum internacional do CILEA, a 9 de dezembro.

 

Paula Franco participou, na tarde de 9 de dezembro, Dia Internacional contra a Corrupção, na conferência online do «Fórum Internacional de Políticas e Ações Anticorrupção», organizado pelo Comité de Integração Latino Europa-América (CILEA).


Num evento moderado pelo mexicano Héctor Estrella e que contou com a partilha de experiências de várias latitudes do mundo latino, a bastonária da OCC começou a sua apresentação dedicada às «Políticas de integridade e luta contra a corrupção» lembrando, por um lado, que «a ética ou se tem ou não se tem» e, por outro lado, que «a corrupção é a concorrência mais desleal que existe. Temos de olhar para isso com muita seriedade, o que faz com que esta luta seja de todos, seja uma luta comum.»


Expressando-se em castelhano, a responsável máxima da OCC elencou alguns dos pilares de ética defendidos pela IFAC e pelo IESBA, como a integridade, a objetividade, a competência profissional, a confidencialidade e o comportamento profissional. «Estes pilares dão-nos uma série de valores que temos de gerir com muita responsabilidade», reforçou Paula Franco para quem «o comportamento ético não é só uma exigência moral, porque existem também exigências legais e institucionais.» 


Afinal de contas, sintetizou, «uma economia só funciona bem quando os cidadãos, as empresas e as instituições acreditam que as regras são claras, que as contas do Estado são verdadeiras e que quem decide, fá-lo com independência e responsabilidade.»


Neste universo de luta contra a corrupção, Paula Franco falou ainda de desafios que se deparam às organizações de contabilistas e aos seus profissionais. Nesse capítulo lembrou que «a sociedade deve reconhecer o impacto do contabilista certificado como agente de integridade nos sistemas públicos e privados», por um lado e, por outro, recordou o imperativo de motivar uma cultura profissional de integridade pelo «reconhecimento do valor da ética na formação académica e na formação contínua do contabilista certificado, especialmente face aos desafios digitais, à automatização, à inteligência artificial e aos novos modelos de negócio.»


No que toca à área de atuação da prática profissional, Paula Franco enunciou alguns dos deveres dos CC, como o de diligência e identificação dos clientes ou o «dever de exame reforçado quando existem indícios de risco elevado ou o de comunicar operações suspeitas.» Estes deveres foram classificados como «exigentes» pela bastonária da OCC mas, garantiu, «são um escudo de credibilidade para a profissão.»


Paula Franco revelaria ainda que «a OCC está a desenvolver um programa informático para analisar qual o risco de cada cliente», sendo que essa ferramenta será, posteriormente, colocada ao dispor de todos os profissionais.


No final da sua intervenção,a responsável máxima da Ordem, voltou a reforçar a ideia de que «a luta contra a corrupção é fundamental, porque todos sabemos como é prejudicial para a economia. É um flagelo que todos temos de combater. Temos de agir de forma objetiva, fria e com muita responsabilidade», sendo certo que «não existe verdadeira economia sem integridade e ética.»


Para além de Paulo Franco, esta conferência contou com a participação, como oradores, de Oriol Amat Salas (Espanha), professor catedrático de Economia Financeira; Carlos Serra López (Uruguai), membro do Colégio de Contabilistas, Economistas e Administradores do Uruguai; Silvia da la Cruz (México), do Instituto Mexicano de Contabilistas Públicos e Valentín Pich Rosell (Espanha), presidente do CILEA. 

 

Notícias & Comunicados